A Volkswagen anunciou recentemente uma nova parceria com a startup alemã Revoltech para desenvolver materiais sustentáveis baseados em cânhamo, planta da espécie Cannabis sativa — a mesma da maconha.
Batizado de LOVR (leather-free, oil-free, vegan and residue-based, ou “sem couro, sem óleo, vegano e à base de resíduos” na tradução livre), o material já foi apresentado e aprovado por alguns clientes da marca, que destacaram sua similaridade com o tecido derivado do couro animal usado pela indústria automotiva.
De fato, o objetivo da Volkswagen com o novo material derivado da Cannabis é imitar a aparência e textura do tecido de origem animal que hoje reveste grande parte dos automóveis em todo o mundo. Mas o grande diferencial será a origem da matéria prima e seu ciclo de vida.
As fibras de cânhamo são feitas de material verdadeiramente circular, provêm de campos regionais ou de resíduos da indústria e são totalmente recicláveis ou compostáveis ao fim de sua vida útil. Além disso, o material não exige nenhuma linha de produção especial e pode ser fabricado em plantas já existentes. Por isso, é fácil escalar sua produção e atender à demanda crescente.
Cânhamo é velho conhecido na indústria de carros
Apesar do esforço da Volkswagen para pesquisar e desenvolver um novo tecido com fibra de cânhamo, o material não é novidade na indústria automotiva.
Em 1941, a Ford apresentou um carro-conceito cuja carroceria contava com cânhamo em sua composição e que utilizava óleos de Cannabis como combustível.
Mais recentemente, em 2008, o esportivo Lotus Elise ganhou uma versão 32kg mais leve graças ao uso de fibra da planta para revestir seus bancos esportivos.
Desta vez, entretanto, a iniciativa parece mirar o longo prazo e a adoção definitiva do “couro vegano” pela indústria automotiva. Os planos da Volkswagen são de começar a adotar o revestimento derivado da Cannabis em seus carros a partir de 2028, muito provavelmente em carros sucessores dos atuais ID.3, ID.4 e modelos premium, como o ID.7.